Ex-presidente do STF disse que decisão
foi 'estritamente pessoal'. Barbosa se filiou em abril ao PSB, que agora avalia
abdicar de uma candidatura própria para formar coligação de centro-esquerda.
O
ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e ministro aposentado do
tribunal Joaquim Barbosa anunciou no Twitter que não será candidato à
Presidência da República em 2018: "Está decidido. Após várias semanas de
muita reflexão, finalmente cheguei a uma conclusão. Não pretendo ser candidato
a Presidente da República. Decisão estritamente pessoal".
Está
decidido. Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei a uma
conclusão. Não pretendo ser candidato a Presidente da República. Decisão
estritamente pessoal.
Em
abril, o ministro aposentado anunciou sua filiação ao Partido Socialista
Brasileiro (PSB). Na ocasião, a legenda disse que iniciaria discussões sobre
uma possível candidatura dele à Presidência. Joaquim Barbosa apareceu na
terceira e na quarta colocação em nove cenários de 1º turno da última
pesquisa Datafolha de intenção de voto para presidente.
A
filiação de Barbosa ao PSB causou desconforto no ex-ministro Aldo Rebelo, que
havia se oferecido ao partido como possível candidato ao Planalto. Rebelo
acabou deixando a sigla e aderindo ao Solidariedade - legenda pela qual se
lançou pré-candidato à Presidência em abril.
"Como havia uma
inclinação do partido pela candidatura do ex-ministro, eu preferi naturalmente
deixar o partido à vontade. E procurar, já que havia um convite, uma legenda
que tem identidade com meu pensamento, com minha trajetória, com os meus
valores e com as perspectivas que eu vejo como promissoras para o Brasil",
afirmou Rebelo à época sobre o desligamento do PSB.
Repercussão
O
presidente do PSB, Carlos Siqueira, lamentou a decisão de Joaquim Barbosa. "Acolhemos
a decisão com muita serenidade, respeitamos a decisão dele. Está dentro do
nosso combinado. Sabíamos que ele estava dividido internamente. Ele se decidiu
e agora a vida continua. Vamos para frente de outra forma",
afirmou.
Siqueira
disse que a tendência agora é o PSB abdicar de uma candidatura própria para
firmar uma coligação para as eleições deste ano. "Ainda não temos uma decisão, mas
estamos mais propensos a uma coligação de centro-esquerda". O
partido vai convocar uma reunião da executiva nacional na próxima semana para
discutir o assunto.
Em
nota, o PSB afirmou que a deliberação de Barbosa foi pessoal e que segue
buscando alternativas que contemplem "os amplos clamores populares". "A reflexão
de foro íntimo realizada pelo ministro fez com que a candidatura não seguisse à
frente, decisão que o PSB compreende, especialmente, por que é
personalíssima".
Para
políticos tucanos e candidatos de esquerda a desistência de Barbosa trouxe
alívio, já que o ministro aposentado tinha potencial para tirar votos tanto do
PSDB como de partidos do campo da esquerda e centro-esquerda, avalia o
colunista Valdo Cruz.
Perfil
Indicado
para ministro do STF pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Barbosa
permaneceu no STF de 2003 a 2014, e assumiu a presidência da Corte entre 2012 e
2014. Relator do processo do mensalão, levou o caso a julgamento em 2012 com
voto pela condenação da maioria dos acusados.
Leia
a íntegra da nota do PSB:
O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, Joaquim
Barbosa, informou na manhã desta terça-feira (8), ao presidente nacional do
PSB, Carlos Siqueira, a decisão de não apresentar sua candidatura à Presidência
da República.
Cabe destacar que a definição do ministro ocorre nos termos da
pactuação realizada em sua filiação, no último dia 6 de abril, que
possibilitava ao PSB não conceder legenda a Barbosa, e que este, por sua vez,
não assumia a obrigação de se candidatar. Tratava-se, desde o princípio,
portanto, de uma construção pautada pelo respeito mútuo entre as partes.
A reflexão de foro íntimo realizada pelo ministro fez com que a
candidatura não seguisse à frente, decisão que o PSB compreende, especialmente,
por que é personalíssima.
O PSB segue doravante, com serenidade, na tentativa de contribuir
para a construção de alternativas para o País, que contemplem os amplos
clamores populares, pela renovação da prática política, algo que a
possibilidade da candidatura do ministro Joaquim Barbosa tão bem representou.
G1 BRASÍLIA
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