O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Sepúlveda Pertence passará a integrar a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para atuar nos recursos aos tribunais superiores. O próprio ex-ministro confirmou que será "mais um dos advogados" de Lula, a quem chamou de "um velho amigo". Ao sair da posse de Luiz Fux como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Sepúlveda disse que ainda não conhece o processo, a não ser pelo que foi publicado na imprensa, mas vai começar a analisá-lo agora. Perguntado sobre o estilo da defesa de Lula até agora, considerado agressivo e de confronto com o Judiciário, o ex-ministro do STF lembrou que não trabalha assim. "Esse não é meu estilo", disse.
Ainda assim, classificou a situação de Lula
como uma "perseguição jamais vista" no país. "Eu considero a
maior perseguição. Eu assisti muitas crises, desde Getúlio (Vargas,
ex-presidente). Essa é maior perseguição que já vi", afirmou.
© REUTERS/Paulo Whitaker
A
decisão de incluir Sepúlveda na defesa do ex-presidente acontece depois de
pressão de setores do PT para que Lula trocasse seu atual advogado, Cristiano
Zanin Martins, por alguém mais experiente e com bom trânsito nas cortes
superiores, o que vinha acontecendo mesmo antes da decisão do Tribunal Regional
Eleitoral da 4a Região, que condenou Lula a 12 anos e um mês de prisão por
corrupção passiva e lavagem de dinheiro. No entanto, Lula, que gosta
de Zanin, resistia. Mas a iminência de ter que ver o STF resolver se será ou
não preso depois da apreciação dos embargos de declaração pelo TRF-4, Lula
concordou em reforçar sua defesa. Sepúlveda, amigo do ex-presidente, era a
escolha natural e já havia sido sondado anteriormente, mas não havia aceitado
porque atuava na defesa do ex-banqueiro André Esteves. Aos 78 anos,
Sepúlveda deixou o STF em 2007, depois de 18 anos na corte. Voltou a advogar em
um escritório em Brasília comandando por seu filho, Evandro, e é considerado um
dos maiores criminalistas do país.
Lula, que lidera as
pesquisas de intenção de voto para Presidência da República nas eleições de
outubro, pode ficar inelegível por conta de sua condenação em segunda
instância. Sepúlveda também já presidiu o Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), corte que poderá analisar a questão da inelegibilidade de Lula.
Por Lissandra Paraguassu e Ricardo Brito/ Msn Brasil
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