Romerio Cunha/AFP |
Em
reunião com executivos de grandes empresas e três entidades representativas, o
vice-presidente Hamilton Mourão prometeu a elaboração de metas a serem
cumpridas semestralmente contra o desmatamento na Amazônia Legal. Presidente do
Conselho Nacional da Amazônia, ele afirmou, após a videoconferência, que o
objetivo final é “reduzir o desmatamento ao mínimo aceitável”.
Mourão
tem tentado acalmar investidores e empresários, que questionam o aumento
constante de desmatamento e degradação na Amazônia. Dados do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados ontem, mostraram o contínuo avanço da
devastação na Amazônia Legal.
O
encontro foi marcado depois que veio a público uma carta assinada por
executivos de 50 grandes empresas do Brasil, em que foi manifestada a
preocupação com a devastação ambiental. “Todos eles colocam a questão de que a
gente tem de ter uma meta. Nós temos de reduzir o desmatamento ao mínimo
aceitável e, obviamente, as pessoas também têm de entender que não pode mais
desmatar. Você tem duas soluções: a difícil, que é manter a repressão, e a
fácil, que é o comprometimento das pessoas”, disse Mourão após o encontro.
O
vice-presidente afirmou que seria leviano dizer que vai reduzir o desmatamento
em 50%, se não conta com meios para tal. “Eu prefiro que a gente consiga
terminar o nosso planejamento e eu dizer que, até 2022, a cada semestre, vou reunir
em ‘X’% até chegarmos ao ponto aceitável. É algo factível, e eu não vou ficar
fazendo promessa que não vou cumprir”, destacou.
A
presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento
Sustentável (CEBDS), Marina Grossi, que esteve na reunião representando o setor
empresarial, disse que o desmatamento ilegal está arranhando não só a imagem do
país, mas, também, atrapalhando os negócios de empresas. Algumas citaram que
estão tendo menos investimento estrangeiro nos últimos anos devido ao problema.
De acordo com ela, o vice-presidente assumiu 100% da responsabilidade em
relação ao desmatamento ilegal. “Considero isso um marco importante”, frisou.
Desmonte
Mourão
admitiu que existe uma defasagem grande na força de trabalho das agências
ambientais e que, por isso, ele não vislumbra, de imediato, atuar no combate ao
desmatamento na Amazônia sem reforço militar. “Eu não vejo, em curto prazo, (a
possibilidade) de operar sem o apoio das Forças Armadas, porque, para operar
sem o apoio das Forças Armadas, eu preciso reconstruir a força de trabalho das
agências ambientais”, disse.
Conforme
Mourão, existe uma carência de 50% do efetivo, sendo que, do quantitativo
existente, só um terço está no combate direto, enquanto o restante fica em
trabalho administrativo. “E não é só a Amazônia que o Ibama e o ICMBio tem que
fiscalizar”, frisou, citando o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis e o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade, respectivamente. No próximo dia 15, o conselho vai se reunir
para decidir as medidas, segundo Mourão.
Informações:
Correio Braziliense
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