Vincent Kalut/Getty Images Nesta ilustração, um médico segura uma seringa e um frasco rotulado como a vacina da Covid-19 |
A
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou na noite de
sexta-feira, 3, testes brasileiros com a vacina desenvolvida pela
empresa Sinovac Biotech Co., Ltd, sediada na China. A autorização foi
solicitada pelo Instituto Butantan, em São Paulo, e as análises devem ocorrer
em diversas regiões brasileiras.
“A
vacina (CoronaVac) adsorvida Covid-19 (inativada) será estudada com o objetivo
de avaliar a sua segurança e eficácia na imunização ativa
contra a doença causada pelo novo coronavírus”, diz um comunicado publicado
pela Anvisa. No mesmo texto, a entidade aponta que realizou uma série de
reuniões com equipes do Butantan e da Sinovac para alinhar requisitos técnicos
para os testes.
O
medicamento em questão é feito a partir de cepas inativadas do novo coronavírus.
A proposta prevê o teste de 9.000 pessoas no país, nos estados de São Paulo,
Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e no Distrito Federal. O recrutamento
dos voluntários é de responsabilidade dos centros regionais que conduzem a
pesquisa.
A
Anvisa ainda informou que realizou análises dos dados de etapas anteriores do
desenvolvimento da vacina (em humanos saudáveis e animais). Após avaliar esses
documentos, a entidade classificou o medicamento como seguro. “Esses estudos
demonstraram segurança e imunogenicidade favoráveis com o esquema de duas doses
da vacina”, descreve o informativo publicado pela agência.
A data
de início dos testes caberá ao patrocinador dos estudos. Em São Paulo, já foi
anunciado que há a previsão para começo dos trabalhos na próxima semana.
A
parceria foi anunciada inicialmente em 11 de junho, pelo governador João
Doria (PSDB). Até então, o desenvolvimento previa apenas a união de forças
entre o Instituto Butantan e a Sinovac. Nesta semana, foi divulgado o aumento
da força-tarefa para os outros estados citados pela Anvisa. Segundo o
comunicado de Doria em 1º de julho, devem participar da análise doze centros de
saúde brasileiros como os Hospitais das Clínicas de São Paulo e Ribeirão Preto,
o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, a Universidade de Brasília, no
Distrito Federal, entre outros.
Outro
teste para o desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus no Brasil
foi autorizado pela Anvisa em 2 de junho. Trata-se de um fármaco desenvolvido
pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca.
De acordo com o Ministério da Saúde, os testes ocorrerão no Rio de Janeiro, em
São Paulo e na Bahia. Em entrevista a VEJA no mês de junho, o presidente da
AstaZeneca no Brasil, Fraser Hall, afirmou que o objetivo da organização
é entregar a vacina ao país ainda neste ano.
Corrida
para o desenvolvimento
Em
todo o mundo, existem pelo menos 135 grupos trabalhando no desenvolvimento de
vacinas para a Covid-19. Espera-se que alguma delas seja entregue no mercado
até o fim de 2020. Neste prisma, é visto com otimismo anúncios de sucesso
com testes em humanos, como fez a Pfizer nesta semana, ao
atestar a produção de anticorpos neutralizantes no grupo de voluntários que
entraram em contato com seu medicamento. Para a Organização Mundial da Saúde
(OMS), o mais avançado dos medicamentos é o produzido pela Universidade de
Oxford — e testado no Brasil.
Informações:
VEJA.Com
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