Foto: Carolina Antunes/PR |
O
Palácio do Planalto distribuiu a partidos da base aliada no Poder Legislativo
uma espécie de ranking dos governos estaduais e municipais que apresentam o
maior número de mortes e casos do novo coronavírus.
O documento, produzido pela Secretaria de Governo com dados do Ministério da
Saúde, associa a contaminação pela doença a governadores e prefeitos, muitos
deles adversários do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A planilha
utiliza informações divulgadas no sábado (8) sobre o alastramento da doença no
país.
O ranking dos estados com o maior número de novos casos, por exemplo, é
liderado pelos governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), do Rio Grande do
Sul, Eduardo Leite (PSDB), e da Bahia, Rui Costa (PT).
O governador de São Paulo também é citado na dianteira na relação dos estados
que tiveram maior número de óbitos no sábado (8). Ele é seguido pelo governador
de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Segundo auxiliares presidenciais, o
documento foi distribuído na tentativa de municiar deputados aliados contra
governadores e prefeitos que têm criticado a gestão da crise sanitária pelo
governo federal.
No ranking de municípios com o maior número de novos casos, o documento faz
referência aos prefeitos de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), Rio de Janeiro,
Marcelo Crivella (Republicanos), e de Salvador, ACM Neto (DEM).
Em nota oficial, a Secretaria de Governo, responsável pela articulação
política, disse que o documento tem o objetivo de "monitorar a
disseminação da Covid-19 nos entes federativos para auxiliar na articulação do
governo federal". "O documento em questão foi criado para contribuir
internamente na gestão de curto prazo de como a pandemia está se comportando
nos estados e municípios. Os dados apresentados são todos públicos e retirados
do site do Ministério da Saúde", ressaltou.
Nesta
segunda-feira (10), em entrevista à imprensa, Doria disse que o país atingiu no
sábado (8) a marca de 100 mil mortos pela doença porque houve "desprezo
pela ciência".
"Especialistas reconhecem hoje que o desprezo pela ciência, pela saúde e
pela vida, e o desprezo por essa pandemia, lamentavelmente contribuiu para que
chegássemos a 3 milhões de casos e 100 mil mortes, o segundo pior índice do
planeta", afirmou.
Doria aproveitou para falar diretamente a Bolsonaro. Ele acusou o presidente de
ter sido "omisso" e "negativista" em relação à pandemia do
novo coronavírus. "Continua minimizando os efeitos dessa pandemia, a maior
crise de saúde da história do país", afirmou. "Presidente Bolsonaro,
não era uma gripezinha", acrescentou.
Nesta segunda-feira (10), o Brasil registrou 721 mortes de infectados e 20.730
novos casos da doença. O país acumula 101.857 óbitos e mais de 3 milhões de
infectados na pandemia do novo coronavírus. Os dados são fruto de colaboração
inédita entre Folha de S.Paulo, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1
para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus.
As informações são coletadas diretamente com as Secretarias de Saúde estaduais.
O balanço é fechado diariamente às 20h.
Informações:
Folhapress
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