A quebra do sigilo bancário do policial militar aposentado Fabrício Queiroz revela novos empréstimos do amigo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à primeira-dama Michelle Bolsonaro, diz a revista Crusoé
A quebra do sigilo bancário do
policial militar aposentado Fabrício Queiroz revela novos empréstimos do amigo
do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à primeira-dama Michelle Bolsonaro,
segundo mostrou a revista Crusoé nesta sexta-feira (7). Segundo a revista, os
extratos contrariam a versão apresentada até aqui pelo presidente Bolsonaro.
Entre as transações de Queiroz, até aqui se sabia que haveria repasses que
somavam R$ 24 mil para a mulher do presidente. Em entrevistas após a divulgação
do caso, Bolsonaro disse que o ex-assessor repassou a Michelle dez cheques de
R$ 4.000 para quitar uma dívida de R$ 40 mil que tinha com ele (essa dívida não
foi declarada no Imposto de Renda). Também afirmou que os recursos foram para a
conta de sua mulher porque ele "não tem tempo de sair".
Mas, segundo a revista, os cheques
que caíram na conta de Michelle somam R$ 72 mil, e não os R$ 24 mil até então
revelados nem os R$ 40 mil ditos pelo presidente.
A quebra de sigilo atingiu a movimentação financeira de Queiroz de 2007 a 2018.
Nesse período, não há depósitos de Jair Bolsonaro na conta do ex-assessor que
comprovem o empréstimo alegado. Assim, se o empréstimo ocorreu, foi feito em
espécie.
A reportagem confirmou as informações
obtidas pela revista e apurou ainda que a mulher de Queiroz, Márcia Aguiar,
pagou pelo menos quatro cheques a Michelle em 2011, no valor total de R$ 11
mil.
Os repasses ocorreram em dois
períodos. Entre 2011 e 2013, Márcia e Queiroz pagaram cerca de R$ 40 mil em
cheques à primeira-dama. Em 2016, foram nove cheques de R$ 4 mil.
Queiroz e Bolsonaro se conheceram no Exército e são amigos há mais de 30 anos.
Foi por meio de Jair que o ex-assessor ingressou no gabinete de Flávio. Em
dezembro de 2018, a Folha de S.Paulo mostrou que uma das filhas de Queiroz,
Nathalia, era funcionária fantasma de Bolsonaro na Câmara dos Deputados. O
gabinete do então deputado federal manteve, de 1991 a 2018, uma intensa e
incomum rotatividade salarial de assessores, atingindo cerca de um terço dos
mais de cem que passaram por lá.
Segundo o Ministério Público do Rio, Queiroz é o operador de um esquema de
"rachadinhas" no gabinete. Os possíveis crimes apontados pelo MP-RJ a
Flávio e Queiroz são peculato, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e
organização criminosa.
Informações:
Folhapress
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