Foto: Arthur Mota/ Folha de Pernambuco |
Pernambuco
completa, nesta quarta-feira (12), cinco meses desde as primeiras confirmações
oficiais de casos da Covid-19. Em 12 de março, a Secretaria Estadual de Saúde
(SES-PE) notificou um casal morador do Recife como os primeiros infectados. Em
boletim publicado nessa terça-feira (11), o Comitê Científico de Combate ao
Coronavírus do Consórcio Nordeste (C4) alerta que a doença atingiu seu pico no
Estado, mas pode voltar a crescer.
O
comitê usa vários dados para emitir o laudo, como, por exemplo, o número
efetivo de reprodução (Rt) do vírus em Pernambuco. Atualmente, o valor
encontra-se entre 1,07 e 1,38, o que indica um risco epidêmico alto, uma
vez que valores acima de 1 apontam para um espalhamento maior do
patógeno.
Risco
epidêmico da Covid-19 em Pernambuco (Foto: Divulgação/C4/Consórcio Nordeste)
Em
resumo, quando o número de reprodução está acima de 1, cada paciente pode
disseminar o vírus para mais de uma pessoa, o que indica a falta de controle da
doença numa determinada região. O Rt alto pode ainda levar a uma segunda onda
da Covid-19 no Estado, que poderia ser até mais severa que a primeira, segundo
o comitê.
O
comitê diz, no entanto, que o número de óbitos no Estado vem apresentando
redução na curva epidêmica. Na terça, Pernambuco ultrapassou a marca de 7
mil mortes e, segundo dados do Ministério da Saúde, tem a segunda maior
taxa de mortalidade da região Nordeste, com 73,3 óbitos a cada 100 mil
habitantes. O índice pernambucano é menor apenas que o do Ceará, onde morrem
87,7 pessoas para cada 100 mil.
Em
geral, o comitê aponta que a prevalência de queda dos números diários de casos
e de óbitos ocorre nas capitais dos estados. No Interior da região, no entanto,
os índices avançam. Segundo o consórcio, esse aumento pode ser provocado, em
parte, pelas medidas de flexibilização do isolamento social dos governos
locais.
O
comitê se baseia em recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para
alertar sobre a flexibilização. O ideal seria flexibilizar apenas quando o Rt
ficasse abaixo de 1 por pelo menos 14 dias. O alerta ainda se estende à
volta prematura das atividades presenciais de ensino, o que, segundo os
cientistas, pode contribuir para “estender o avanço da terrível doença” na
região.
Cenário do Nordeste
De
acordo com o boletim, seis estados do Nordeste já atingiram o pico da Covid-19
até o momento - Pernambuco, Ceará, Alagoas, Maranhão, Paraíba e Rio Grande do
Norte. Em Pernambuco, Paraíba e Alagoas, no entanto, os índices podem voltar a
crescer.
No
Ceará, Maranhão e Rio Grande do Norte, a situação é menos preocupante porque os
estados atingiram o pico e a epidemia segue em redução. Já na Bahia, em Sergipe
e no Piauí, a Covid-19 ainda não chegou ao pico e está em fase de aumento.
O
risco epidêmico continua alto em todos os estados, o que exige, ainda segundo o
consórcio, que as autoridades públicas tenham muita cautela para afrouxar as
medidas de isolamento.
O
número de óbitos cai em todos os estados, embora possa aumentar na Paraíba.
Apesar do risco pandêmico continuar alto, a melhoria dos sistemas hospitalares
para tratar a Covid-19 explica a queda nos índices de mortes, uma vez que os
procedimentos médicos foram sendo atualizados ao longo do tempo, além do
aperfeiçoamento do tratamento da pandemia.
Informações:
Fábio Nóbrega/ Folha de Pernambuco
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