FOTO: PABLO PORCIUNCULA / AFP |
A
Organização Mundial da Saúde (OMS) alegou em seu site que a Fiocruz detectou um
caso de infecção respiratória provocada por uma nova variante do vírus
influenza A H1N2 no Brasil. Essa gripe é transmitida de porcos para seres
humanos e está entre as que são consideradas com potencial suficiente para
provocar uma pandemia.
O caso
detectado é de uma mulher de 22 anos, do Paraná. Ela conseguiu se recuperar.
Mas todos os casos de influenza A(H1N2)v são comunicados ao órgão, pelo fato
desse vírus ser monitorado por ter potencial pandêmico, caso a influenza passe
por alguma mutação seja transmitida por contato pessoal. Contudo, a OMS
assegura que não existem evidências nesse sentido, até agora.
No
mundo inteiro, são conhecidos 26 casos de influenza A(H1N2)v, reportados desde
2005. Dois são no Brasil e o mais recente é este noticiado agora.
Os 26
contágios reportados aconteceram através de contato com porcos. A maioria foi
de doença branda. Não existe evidência de contaminação de pessoa para pessoa. A
mulher que contraiu a variante no Paraná era funcionária de um matadouro de
porcos, em Ibiporã, no Paraná.
A
variante do vírus foi detectada pelo Laboratório de Vírus Respiratórios e
Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que é referência nacional e
para as Américas (OMS) para influenza e o novo coronavírus. O laboratório
agora vai investigar amostras suspeitas de covid-19 do Paraná para
estudar se alguns dos casos de doença respiratória notificados no Estado são da
nova variante de gripe.
Quadro
gripal da paciente
Ela
apresentou sintomas de gripe no dia 12 de abril, mas procurou atendimento
médico no dia 14 daquele mês. No dia 16, foram recolhidas amostras de secreção
respiratória, integrando parte de um monitoramento de rotina. Segundo a OMS, a
mulher foi tratada com o antiviral oseltamivir, mas não precisou ser
hospitalizada e se recuperou.
Ao
jornal O Globo, Eurico Arruda, professor titular de virologia da Universidade
de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, contou que esse é mais um caso de vírus
pulando diretamente de animais para os humanos. O especialista em vírus
respiratórios alega também que é necessário o monitoramento rigoroso e estudos
sobre esses patógenos. "Não há evidência de contágio interpessoal nesse
caso. Mas os vírus mudam, como o Sars-CoV-2 nos mostrou e precisamos estar
vigilantes e nos antecipar", aconselhou o especialista.
A
princípio, um laboratório paranaense identificou um vírus influenza A
indeterminado. As amostras foram enviadas em maio para o Rio de Janeiro, para o
laboratório da Fiocruz, que é referência nacional para a influenza. No dia 22
de junho, o sequenciamento genético do vírus mostrou que sim, se tratava da
influenza A(H1N2)v.
O
estudo está em andamento para que o vírus seja caracterizado. Além disso, as
autoridades de saúde do Estado começaram investigações em Ibiporã e municípios
vizinhos.
Ainda
segundo o jornal O Globo, outro funcionário do mesmo matadouro que a mulher
trabalhava desenvolveu sintomas respiratórios na mesma época que ela, mas não
foi coletada amostra dele na ocasião. Nenhum caso suspeito foi identificado até
agora.
De
acordo com o informe da OMS, a continuidade do estudo do vírus e a investigação
no Paraná, da fonte de contaminação e outros possíveis casos humanos,
"poderá informar sobre o risco de transmissão de uma pessoa para
outra".
A
Organização Mundial da Saúde diz ainda que não há, neste momento, qualquer
determinação de restrição ao Brasil devido a este caso. A orientação para
evitar a nova variante desse vírus é a mesma que para o novo coronavírus:
cuidados com a higienização e muita atenção à etiqueta respiratória.
Informações:
JC On-line
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