Repleta
de exemplos, a história demonstra o quanto a convivência entre política e
religião é antiga e conflituosa. Embora podemos considerar que sejam esferas
autônomas da ação humana, esse binômio faz parte das relações de poder desde os
primeiros esforços de organização social.
Na
medida em que o desenvolvimento das democracias modernas e a ampla compreensão
que passamos a ter acerca dos direitos civis ganhou força, se tornou cada vez
mais oportuno dedicar atenção ao tema. Essa necessidade de revisitar alguns
aspectos desse debate acontece uma vez que novas – e antigas – relações
conflituosas (re)surgem baseados em uma conjuntura política e social muito
distinta do passado.
Antes
de mais nada é preciso entender a força da religião em nossas culturas.
Encontraremos componentes religiosos basicamente em todas as sociedades de que
se têm notícias, e as mesmas exercem forte autoridade sobre a vida,
influenciando muito mais do que a forma de perceber o mundo.
Atualmente
no país fica evidente que cada vez mais as figuras religiosas estão ganhando
protagonismo dentro do cenário político, e isso se dá mediante as práticas não
muito democráticas que se instalou nas entranhas do poder. Atrelar a imagem do
político a de importante líder religioso ou segmento religioso, surtiu um
efeito impressionante no resultado das últimas eleições. Usando dessas
artimanhas, é “comum” vê ao longo do ano, políticos participando e apoiando
eventos religiosos, numa clara intensão de obter um retorno eleitoral.
Nesta segunda-feira
20/01 a cidade de Jataúba-PE encerrará os festejos do seu padroeiro, o glorioso
mártir São Sebastião, onde após a santa missa, milhares de pessoas irão
acompanhar a procissão pelas principais ruas da cidade. As procissões são a
oportunidade mais clara para os grupos políticos apresentarem, aos fiéis e ao
povo em geral, quem são os seus líderes e quem integra os seus grupos. Em ano
de eleição, são várias procissões dentro de uma mesma procissão onde as
lideranças políticas, pré-candidatos, correligionários e apoiadores seguem o
percurso acenando para tudo e para todos, demonstrando “sua fé” no padroeiro e claro sem perder o oportunismo político.
Diogenes
Ramos/ Blog do DidiRamos
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