Funcionários
dos Correios aderiram à greve por tempo indeterminado em 22 estados e no
Distrito Federal. A paralisação, que começou na noite de domingo (11), é
parcial - parte das agências está aberta - e atinge tanto os setores de
atendimento como de distribuição.
Balanço
da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e
Similares (Fentect), que engloba 31 sindicatos, mostra que a paralisação atinge
os estados do Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio
Grande do Norte, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo
(regiões de Campinas, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Santos e Vale do
Paraíba), além do Distrito Federal. Amazonas e Amapá estão em estado de greve,
segundo a Fentect. Isso quer dizer que a qualquer momento os sindicatos podem
decidir pela paralisação.
Funcionários
de Roraima não
aderiram à paralisação nacional, segundo o Sintect-RR. O Sintect-SE,
de Sergipe, informou que assembleia realizada na sexta-feira (9) também decidiu
pela não adesão à greve.
Além da Fentect , outra federação
representa os trabalhadores da categoria, a Federação Interestadual dos
Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), que tem
cinco sindicados filiados. Todos aderiram à greve: São Paulo, Rio de Janeiro,
Maranhão, Tocantins e Bauru (SP).
Segundo
os Correios, a paralisação parcial ainda não tem reflexos nos serviços de
atendimento e que todas as agências. "Até o momento, todas as agências,
inclusive nas regiões que aderiram ao movimento, estão abertas e todos os
serviços estão disponíveis", informou a empresa.
A
estatal informou que a paralisação está concentrada na área de distribuição —
levantamento parcial realizado na manhã desta segunda mostra que 87,15% do
efetivo total no país está presente e trabalhando — o que corresponde a 92.212
empregados, número apurado por meio de sistema eletrônico de presença.
Os
Correios informaram ainda que no último fim de semana colocaram em prática o
Plano de Continuidade de Negócios, de forma preventiva, para minimizar os
impactos à população. As agências franqueadas não estão participando da greve,
mas elas representam cerca de 15% do total.
Reivindicações
Entre
as razões para a greve estão plano de carreira e retirada de benefícios. Veja
abaixo:
- alterações no Plano de Cargos, Carreiras e Salários
- cobrança de mensalidades e retirada de dependentes do plano de saúde
- suspensão de férias a partir de abril para carteiros, atendentes e operadores de cargas
- redução da carga horária e do salário de funcionários da área administrativa
- extinção do cargo de operador de triagem e transbordo (responsável pelo processo de tratamento e encaminhamento de cartas e encomendas)
- fechamento de mais de 2.500 agências próprias por todo o Brasil
- não realização de concurso público desde 2011 e planos de demissão voluntária que reduziram o número de funcionários
TST autoriza
mensalidade de plano de saúde
Os
Correios afirmam que o movimento está relacionado, essencialmente, às
discussões sobre o custeio do plano de saúde da empresa, que atualmente contempla,
além dos empregados, dependentes e cônjuges, também pais e mães dos titulares.
"O
assunto foi discutido exaustivamente com as representações dos trabalhadores
desde outubro de 2016, tanto no âmbito administrativo quanto em mediação pelo
Tribunal Superior do Trabalho, que apresentou proposta aceita pelos Correios
mas recusada pelas representações dos trabalhadores. Após diversas tentativas
de acordo sem sucesso, a empresa se viu obrigada a ingressar com pedido de
julgamento no TST”, diz a nota da estatal.
Nesta
segunda-feira, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu autorizar a
cobrança de mensalidade dos funcionários da estatal e de seus dependentes. Pela
decisão, o valor da mensalidade dependerá da renda do trabalhador.
Segundo
a estatal, os custos do plano de saúde dos trabalhadores representam 10% do
faturamento dos Correios, ou uma despesa da ordem de R$ 1,8 bilhão ao ano.
Última
greve
A última
greve dos funcionários dos Correios foi há cerca de 6 meses e durou 17
dias no ano passado.
Ao
aceitar o acordo com a estatal, a Fentect disse que era "hora de
aglutinar forças para os próximos embates, em especial, contra a privatização
da estatal, pela manutenção dos direitos e empregos dos ecetistas".
Os
trabalhadores aceitaram o reajuste de 2,07% (INPC) nos salários e benefícios
retroativo ao mês de agosto de 2017, compensação de 64 horas e desconto dos
demais dias de ausência e manutenção de cláusulas sociais no acordo.
Situação da greve em
Pernambuco
O
Central de Distribuição, na Avenida General San Martin, na Zona Oeste do
Recife, funciona normalmente. Segundo os Correios, nenhum serviço foi
paralisado durante a manhã. Em Caruaru, os funcionários aderiram à greve e
fecharam a agência.
No
sertão de Pernambuco, trabalhadores dos Correios de Petrolina aderiram à
greve por tempo indeterminado e os atendimentos estão suspensos nas
agências da cidade. De acordo com presidente do sindicato dos trabalhadores dos
Correios, Antônio Lira, 90% dos trabalhadores de Petrolina estão paralisados
por tempo indeterminado.
Fonte: G1
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