O encontro entre Lula e o governador Paulo
Câmara deixou o caminho aberto para um projeto eleitoral, mas lideranças
resistem.
Mesmo com sinais claros de aproximação entre
PT e PSB, há atores dos dois partidos que rejeitam a aliança. Entre petistas,
há uma grita pela candidatura própria ao Governo de Pernambuco, que se coloca
como óbice do retorno do PT à Frente Popular, cujo foco é a reeleição do
governador Paulo Câmara. Já entre socialistas, a rejeição se dá no âmbito
nacional, com alas que discordam do apoio a Lula (PT) por defender candidatura
própria ou a união a outros presidenciáveis.
Ciente do encontro há alguns dias, o presidente
do PT-PE, Bruno Ribeiro, ressaltou que a visita de Paulo a Lula foi apenas um
gesto de cortesia. “Temos o encaminhamento da candidatura própria, a
reafirmação da oposição ao PSB em Pernambuco. Agora, o País está vivendo um
momento difícil, um clima de perseguição à esquerda. É normal que ele dialogue
com aqueles que são contra essa perseguição”.
A deputada estadual Teresa Leitão (PT)
ironizou a conveniência da visita de cortesia de Paulo a Lula. “Essa foto faz
parte do roteiro traçado por eles pra atrair o PT pra uma aliança. Uma das
críticas que é feita ao PSB é que, nos momentos mais agudos da perseguição a
Lula, não fez gesto de solidariedade”, alfinetou.
Entretanto, a petista se disse
"chateada" pelo fato do ex-presidente Lula ter publicado a foto em
sua página no Facebook, como sinal de que ele referenda essa aproximação do
PSB. Segundo Teresa, ninguém defende abertamente aliança com o PSB, apesar de
não faltarem sinais desse estreitamento de laços.
Já no PSB o problema é coincidir a diversidade
de posicionamentos. O nome de Lula é defendido por uma ala, mas rejeitado por
outra. Uma dificuldade admitida pelo próprio presidente nacional do PSB, Carlos
Siqueira, que só soube do encontro ontem. "Este não é um problema somente
do PSB, mas de todos os partidos. O PSB é próximo do PT no Acre e Paraíba. Em
São Paulo, é próximo ao PSDB. No Rio Grande do Norte, a aliança é com o MDB. A
aliança nacional obedece uma regra própria", afirmou.
No dia 1° de março, a sigla fará seu
Congresso Nacional para definir a orientação programática para as eleições de
2018, mas somente baterá o martelo mais adiante, devido a indefinição do
cenário nacional. "É natural o encontro de Paulo com Lula tratar de
política em Pernambuco, mas não sobre o Brasil. O partido ainda não bateu o
martelo sobre a eleição nacional".
Pré-candidato a presidente pelo PSB, o
ex-deputado Beto Albuquerque é um dos que rejeitam a aliança. "Em nível
nacional, nossa relação com o PT é de distância", criticou.
Blog do didiramos /
Informações da Folha de PE
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