No
momento em que vários países, inclusive da América Latina, anunciam o início
da imunização contra a covid-19, o presidente Jair
Bolsonaro voltou a minimizar a demora para começar a vacinação no Brasil.
Segundo ele, diante de um mercado consumidor "enorme" no País, os
laboratórios é que deveriam estar interessados em pedir a autorização da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para os imunizantes poderem ser
usados aqui.
"O
Brasil tem 210 milhões de habitantes, um mercado consumidor de qualquer coisa
enorme. Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender para a
gente? Por que eles não apresentam documentação na Anvisa?", indagou
Bolsonaro a um grupo de apoiadores no Palácio da Alvorada, em Brasília (DF).
"Pessoal diz que eu tenho que ir atrás. Não, quem quer vender (que tem).
Se sou vendedor, eu quero apresentar", emendou.
O Ministério
da Saúde tem acordos para a compra da vacina da AstraZeneca e
participa do consórcio Covax Facility. Há ainda memorando de intenção de compra
com diversos fabricantes, sendo o pré-acordo com a Pfizer o mais
citado pelo ministro Eduardo Pazuello, ainda que a aquisição não esteja
garantida. Além disso, o Instituto Butantã espera distribuir a
Coronavac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac. Nenhuma
delas, no entanto, tem aval da Anvisa para começar a ser distribuída.
Bolsonaro
também reafirmou que os fabricantes dos imunizantes não se responsabilizam por
eventuais efeitos colaterais e que também não irá tomar vacina, pois já
contraiu covid-19. "Agora, quem já foi contaminado, como eu, tem que tomar
de novo?", disse o presidente. Estudos científicos já demonstraram que
mesmo quem já foi contaminado pelo novo coronavírus pode ser novamente
infectado.
Apesar
das ressalvas feitas às vacinas, Bolsonaro disse que "o cheque de R$ 20
bilhões" para a compra dos imunizantes já foi assinado por ele. "Tem
muita gente de olho nesse dinheiro", disse, sem citar nomes.
"Impressionante como uma ou outra pessoa que a gente conhece, não vou
dizer o nome aqui, jamais se preocuparia com a vida do próximo. A preocupação é
outra. Não vou falar qual que é", emendou.
Bolsonaro
repetiu que não está preocupado com o início da campanha de vacinação no País,
pois o processo depende da Anvisa. "Se eu vou na Anvisa, que é um órgão de
Estado, e digo 'corre aí', vão falar que estou interferindo", completou o
presidente. Na semana passada, ele havia afirmado "não dar bola" para
as pressões.
Fonte:
Estadão
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