Foto: Zélia Scheppa/AFP |
A
retomada das aulas presenciais em Pernambuco será optativa por parte dos pais e
estudantes e mesclada com atividades à distância. Foi o que o secretário de
Educação do Estado, Fred Amâncio, comentou em uma audiência pública promovida
pelo Tribunal de Contas do Estado (TCU-PE) sobre o tema na manhã desta
quinta-feira, quando explicava o que o protocolo sanitário de reabertura das
escolas - que será divulgado nos próximos dias – deve apresentar.
“O
protocolo que vamos encontrar aqui em Pernambuco é muito parecido com o de
outros estados e países. Já foram criados alguns consensos sobre as medidas que
devem ser adotadas nos níveis da escola, mas ele trata sobre distanciamento
social, proteção e prevenção, e monitoramento e comunicação. Ele foi colocado
em audiência pública para receber sugestões e contribuições de diversas
instituições, nossa equipe tem estudado e a gente espera, em breve, estar
divulgando a versão final desse protocolo”, afirmou. Ainda não foi batido o
martelo sobre a data definitiva para a volta.
Para
amenizar o impacto da suspensão das aulas presenciais, a secretaria de Educação
implementou uma série de medidas visando professores e estudantes, incluindo
àqueles de pouca renda, apontados como os mais afetados pela pandemia no
sistema educacional. Essas ações devem ser estendidas até depois da rebertura
das escolas, levando em conta que um sistema de rodízio será implantado. O
EducaPE, acesso ao Google Classroom, podcasts educativos e disponibilização de
materiais no Escola Conectada foram algumas ações para manter os estudantes
ativos, além de materiais impressos e iniciativas das próprias escolas.
“(As
medidas) vão apoiar muito nossos professores e estudantes, não apenas nesse
momento de suspensão das aulas na escola, mas mesmo na retomada das aulas
presenciais - como os protocolos vão determinar que não tenha a mesma
quantidade de crianças na escola – em que vai ser uma volta optativa para os
pais e estudantes, esse sistema de rodízio nos obriga a implantar um sistema
híbrido, em que ele vai ter atividades presenciais e não presenciais”, explicou.
André
Longo, secretário de Saúde de Pernambuco, também esteve presente na audiência e
apontou que não é saudável rivalizar setores da sociedade. “Não podemos
trabalhar pra ter saúde versus educação. O Brasil pagou um preço pela
descoordenação nacional por criar um falso dilema entre saúde versus economia.
Não é trabalhando essa economia ou exaltando qualquer dicotomia entre saúde e
educação que a gente vai conseguir algo positivo. Precisamos trabalhar com
evidências, dentro do padrão estético-científicos, para a tomada das melhores
decisões”, disse.
Já o
ex-reitor da UFPE e educador Mozart Neves trouxe um estudo de Harvard que
destaca a diferença na performance entre alunos de baixa e alta renda. “O
desempenho dos estudantes de baixa renda caiu 50%, enquanto os estudantes que
vivem em comunidades e renda mais alta não tiveram alteração de desempenho. Isso
mostra claramente que, se não tivermos cuidado, a Covid-19 escancarou a
desigualdade educacional no nosso país. E se nós não tivermos zelo, cuidado com
todas as orientações trazidas aqui pelos secretários, nós vamos aumentar ainda
mais essa desigualdade”, frisou.
Informações:
Folha de Pernambuco
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