Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil |
Funcionários
dos Correios entraram em greve às 22h dessa 2ª feira (17.ago.2020) por tempo
indeterminado. Cerca de 100 mil funcionários aderiram a paralisação. Eles
protestam contra a retirada de direitos, a ausência de medidas para proteger os
empregados da pandemia da covid-19 e a privatização da empresa.
A Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em
Empresas dos Correios e Similares) diz que, junto com sindicatos que
representam a categoria, tentou dialogar com a direção dos Correios. Afirma que
a empresa não quis negociar e, ainda, revogou 70 cláusulas do Acordo Coletivo
que estava em vigência até 2021. Entre elas, pagamento de 30% do adicional de
risco, vale alimentação, licença maternidade de 180 dias, auxílio creche,
indenização de morte e auxílio para filhos com necessidades especiais.
O
secretário geral da Fentect, José Rivaldo da Silva, diz que “perdemos
muitos companheiros para a covid-19 em função do descaso e negligência da
empresa. É o governo federal e a direção da ECT [Empresa brasileira de Correios
e Telégrafos] mantendo privilégios com ampliação de cargos e altos salários,
ampliando lucro em detrimento da vida dos trabalhadores. Lutamos pelo justo.
Lutamos para que as nossas vidas e empregos sejam preservados”.
A
federação explica que precisou recorrer à Justiça para garantir que os
funcionários dos Correios tivessem equipamentos de proteção individual, álcool
em gel e testes. E, ainda, para que os empregados pertencentes aos grupos de
risco ficassem afastados.
“O governo
Bolsonaro busca a qualquer custo vender 1 dos grandes patrimônios dos brasileiros,
os Correios. Somos responsáveis por 1 dos serviços essenciais do país, que
conta com lucro comprovado, e com áreas como atendimento ao e-commerce que
cresce vertiginosamente e funciona como importante meio para alavancar a
economia”, afirma o secretário geral da Fentect. Para ele, “privatizar é
impedir que milhares de pessoas possam ter acesso a esse serviço nos rincões
desse país, de norte a sul, com custo muito inferior aos aplicados por outras
empresas”.
Em
nota ao Estado de S. Paulo, a direção dos Correios afirma que tem plano de
continuidade dos negócios e manterá o atendimento à população. Diz que tem como
objetivo primordial cuidar da sustentabilidade financeira da empresa para
manter os empregos dos funcionários.
Informações:
Poder360
Nenhum comentário:
Postar um comentário