Foto: José Cruz/Agência Brasil
BRASÍLIA
— O ministro da Educação, Abraham Weintraub, não descartou novos
contingenciamentos na pasta caso a equipe econômica decida ampliar o bloqueio
de recursos no caixa do governo ainda neste semestre. Questionado se uma nova
rodada de represamento de verba, em virtude de uma possível revisão da taxa de
crescimento, atingirá o Ministério da Educação (MEC), Weintraub disse que não
tem como dizer.
— A
única certeza na vida é a morte e os impostos — disse o ministro nesta
terça-feira durante café da manhã com jornalistas.
Segundo
Weintraub, não é possível dizer se o MEC, que já perdeu R$ 7,4 bilhões em
recursos contingenciados, estará blindado de eventuais novas tesouradas. Ele
disse que terá reuniões com o ministro da Economia, Paulo Guedes, a quem teceu
elogios.
— Vou
perguntar para o Paulo Guedes especificamente sobre isso (novos
contingenciamentos). Hoje não tenho como antecipar— completou ele.
Apesar
da possibilidade de novos cortes em sua pasta, Weintraub sinalizou total
concordância com as determinações da equipe econômica, ressaltando o mérito das
decisões. O próprio ministro, que é economista, atuou no grupo de trabalho da
área econômica desde a campanha do presidente Jair Bolsonaro, antes de ser
empossado ministro.
— É
difícil ver alguém de um ministério social se recusando a atacar o Ministério
da Economia se ele estiver fazendo o trabalho dele. Eu vou bater de mão fechada
se eles forem contingenciar o contingenciado. Eu tenho condições de saber se
eles estão fazendo o trabalho direito — ressaltou.
Weintraub
voltou a associar o desbloqueio dos recursos da Educação à aprovação da reforma
da Previdência. Ele minimizou os efeitos do represamento de verba nas
universidades federais, que já tiveram R$ 2 bilhões bloqueados, dizendo que
conversou com 50 reitores até agora e nenhum apontou problemas imediatos.
—
Todos admitem que não há impacto nenhum no dia a dia, porque se tiver eu vou
atrás do Ministério da Economia— afirmou.
O
ministro admitiu, no entanto, que se não houver descontingenciamento, as
universidades terão problemas já a partir de setembro. Dos R$ 7,4 bilhões
bloqueados, a pasta informa que ainda analisa como distribuirá o montante de
cerca de R$ 1,6 bilhão entre programas e ações. Esse valor foi remanejado da
Educação para outras pastas no início deste mês. Em março, o MEC já havia
sofrido contingenciando de R$ 5,7 bilhões.
Renata
Mariz/ O GLOBO
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