A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
prevê que as vacinas AstraZeneca/Oxford importadas da Índia poderão ser
distribuídas no dia seguinte ao desembarque no Brasil. Em nota divulgada nesta
sexta-feira (8), a fundação informou que a chegada das doses será no aeroporto
internacional do Rio de Janeiro (Galeão), em data a ser confirmada em breve.
"As vacinas prontas chegarão
pelo aeroporto RIOGaleão, no Rio de Janeiro, e seguirão, no mesmo dia, para a
Fiocruz para rotulagem. No dia seguinte, a partir de Bio-Manguinhos, na
Fiocruz, as vacinas poderão seguir diretamente para a distribuição, que está
sob responsabilidade do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra
a Covid-19. A data certa para a chegada dessas vacinas será confirmada em
breve", informou a Fiocruz em nota.
A importação das doses produzidas
pelo Instituto Serum, parceiro da AstraZeneca na Índia, é uma estratégia
adicional da Fiocruz para antecipar o início da vacinação.
Para que as vacinas importadas da
Índia possam ser aplicadas antes do registro definitivo do imunizante no País,
a Fiocruz pediu, nesta sexta, a autorização de uso emergencial à Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A fundação continua a trabalhar para
o registro definitivo, cujo pedido deve ser concluído em 15 de janeiro.
Na nota divulgada pela Fiocruz, a
presidente da fundação, Nísia Trindade, comemorou o pedido de uso
emergencial como um passo importante no enfrentamento da pandemia.
“Este é um momento histórico para a
Fiocruz. A submissão desse pedido de autorização para uso emergencial da nossa
vacina Covid-19, desenvolvida em parceria com a unidade de Oxford e a
farmacêutica AstraZeneca, é um passo importante para que possamos ter
acessível, no Programa Nacional de Imunizações (PNI), uma vacina eficaz e
segura para o Sistema Único de Saúde. Num momento de tantas dificuldades, em
que lamentamos a perda de tantas vidas no Brasil e no mundo, 2021 se inicia com
a esperança de termos um caminho, ainda a ser trilhado, de superação dessa
crise."
A meta da Anvisa é concluir a análise
do pedido de uso emergencial em 10 dias. Caso a agência solicite informações
adicionais aos desenvolvedores da vacina, o prazo para de ser contado até que
os dados sejam informados.
Em entrevista coletiva concedida na
quinta (7), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, estimou que, caso a
autorização seja concedida a tempo, a vacinação contra a Covid-19 pode começar
em 20 de janeiro, com as vacinas AstraZeneca/Oxford e Coronavac.
Segundo a Fiocruz, a vacina
desenvolvida em parceria com os britânicos tem 73% de eficácia com apenas uma
dose, e evita hospitalizações em 100% dos casos, protegendo a pessoa vacinada
dos sintomas graves da doença. Além disso, a vacina é capaz de induzir a
produção de anticorpos em 98% das pessoas após a primeira dose e, em 99% delas,
após a segunda dose.
Milhões de doses
O acordo de transferência de
tecnologia que permite a produção da vacina AstraZeneca/Oxford na Fiocruz prevê
que a fundação receberá, em meados deste mês, o ingrediente farmacêutico ativo
importado para produzir as primeiras doses.
O primeiro lote de um milhão de doses
deve ser entregue ao Ministério da Saúde até 12 de fevereiro, mês em que a
produção deve ganhar escala, e a entrega deve chegar a 700 mil doses por dia
por volta do dia 22. Com o incremento da produção, a Fiocruz prevê produzir 50
milhões de doses da vacina até abril e 100,4 milhões até julho.
A partir do segundo semestre, a
produção se tornará totalmente nacional, com a incorporação da tecnologia para
produzir o IFA no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos).
Com isso, a previsão é que, até o final do ano, mais 110 milhões de doses sejam
entregues ao Programa Nacional de Imunizações.
Fonte: Agência Brasil
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